A presidente Dilma Rousseff aproveitou sua participação durante a 9ª
Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente para dar um recado
em relação às críticas sobre o baixo crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) neste ano. Em seu discurso, Dilma disse que uma "grande
nação" não se mede pelo PIB.
"Uma grande nação deve ser medida por aquilo que
faz para suas crianças e seus adolescentes. Não é o Produto Interno
Bruto. É a capacidade do país, do governo, e da sociedade de proteger o
seu presente o seu futuro, que são suas crianças e seus adolescentes",
afirmou.
Em junho, o Banco Central revisou a sua projeção para o crescimento do PIB do país em 2012 de 3,5% para 2,5%.
A presidente voltou a criticar a política de governo anteriores em
relação à distribuição de renda, dizendo que o Brasil viveu uma
situação "lamentável" e "terrível. "Um país com tantas riquezas,
formado por um povo tão solidário, mas que uma parte imensa da sua
população estava afastada dos direitos e sobretudo do direito de se
beneficiar dessas riquezas e tudo que esse país pode produzir", disse.
Na avaliação da presidente, um país desenvolvido precisa investir
em escolas de tempo integral. Atualmente, o Brasil possui 33 mil
escolas de ensino fundamental e médio com aulas em turno integral.
Dilma Rousseff prometeu, até o final do governo, fazer o país chegar a
60 mil instituições deste tipo.
"Nenhum país desenvolvido tem escola de período único", afirmou a presidente.
Em seu discurso, a presidente também manifestou apoio à indicação do
brasileiro Wanderlino Nogueira Neto para integrar o Comitê dos Direitos
da Criança da ONU. Dilma desejou boa sorte ao indicado.
"Ô, DILMA, DÊ UM JEITO"
A presidente chegou ao evento com atraso de 45 minutos, o que deixou
impaciente a plateia da conferência, formada em parte por adolescentes.
Duas mestres de cerimônia se revezavam na tentativa de animar o
público. "Cadê os adolescentes dessa conferência?? Quantos somos? 600?
700? Muitos mil", agitava uma delas.
Como a presidente não chegava, as animadoras começaram a arregimentar
jovens para cantar, mesmo sem acompanhamento de instrumentos musicais.
"Está rouca? Não tem problema não!", disse uma delas a uma jovem, que
acabou entoando um funk.
"Isso, na minha terra, se chama 'enrolation', 'embromation'", reclamou da plateia uma delegada da Bahia.